É esta a questão: como é que, ano após ano, sabendo-se da recorrência dos incêndios, ninguém parece ter preparado nada, montado os devidos sistemas de alerta e evacuação onde há povoações, ou reforçado a vigilância e os obstáculos à propagação onde a floresta é preciosa? Porque é que, enquanto a chuva não vem, tem de ser sempre o caos, a improvisação, a tragédia? Ontem, um comandante descrevia a Protecção Civil como o “guarda-redes do sistema”: mas este é um sistema que parece jogar só com o guarda-redes em campo, sem defesas, médios ou avançados. (Rui Ramos, ECO)
A demagogia adora planos tonitruantes – prisões em massa, novas revoluções florestais. Não recomendo que se deixe tudo na mesma. Mas não seria preferível começar por apurar estratégias com o objectivo mais realista de, em caso de incêndio, proteger povoações, garantir vias de comunicação, e salvaguardar o património natural valioso? Para isso, porém, teremos talvez de desaprender a lição do velho Marx, e compenetrar-nos de que convém compreender o mundo antes de tentar transformá-lo.Nota: Os autárcas podiam e deviam ter um papel importante na prevenção dos fogos. Por exemplo em relação à limpeza do mato, nem todos têm possíbilidade de o fazer, quer por ser muito caro, quer por nem sempre conseguirem quem o faça, era ugente arranjar maneira de solucionar este problema. Lembrar também que foi só depois de terem extinguido os cantoneiros e os guardas-rios que as ocorrências aumentaram. Os autárcas conhecem "bem" a sua autarquia para a partir de um plano geral para o país desenvolverem um plano específico na sua autarquia.
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