O joio desconcentra-me. Os dias andam exigentes, não estão para distrações. Fiz um passeio no parque, atenta à observação deste tempo político: lembrando-me de todos os quadros da vida portuguesa de há mais de cinquenta anos, talvez não me lembre de uma simultaneidade tão tóxica de ingredientes igual à de hoje. Como ocorre com as infecções do organismo, o ar está doente. (Maria João Avillez, OBSR)
Infectado de irracionalidade e a política detesta-a (corre sempre mal); de escorregadia destemperança e a política precisa do contrário; de má-fé e a política não costuma ser complacente; de imaturidade e a política dispensa-a; de indecisos zangados ou vendilhões do templo, mas a política nunca deixa de mandar a factura (normalmente alta).Sucede que o que aí está, não pode continuar a estar. Não há um português – nem os “interessados” – que suporte um minuto mais “disto”. Dançaram-se demasiadas valsas no verão, o outono continuou com polcas desastradas mas ambas, valsas e polcas, já não podem mais ser dançadas. Basta! Não há passeio no parque que varra este ar de suspeita e acusação – de torpeza para ser mais claro – que sopra em ventos cruzados. Sem propósito mas com consequência, porque em vez de política há birras, e no lugar do critério está a desconfiança.
E em vez de país, há cálculo. PS e Chega irmanam-se no cálculo e na ambição do poder: o primeiro no seu vício, oito anos é muito ano; o outro, na sua ânsia.
Não há um português que suporte um minuto mais “disto”. Dançaram-se demasiadas valsas no verão, o outono continuou com polcas desastradas mas ambas, valsas e polcas, já não podem mais ser dançadas.
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