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terça-feira, 22 de julho de 2025

Se Queremos Ganhar O Futuro Sem Ditaduras

Se queremos ganhar o futuro sem ditaduras, temos de restaurar, com pluralismo, a razão política como prática exigente, feita de prudência, imaginação e coragem. Sem isso, restam-nos ou a histeria ou a gestão tecnocrática (e mediática) dos impasses. 

Portugal, em linha com a generalidade dos países ocidentais, atravessa um tempo de anestesia ideológica. Por cá este sono é mais profundo: os partidos falam sozinhos, ocupando um palco vazio, enquanto a sociedade civil assiste, ora aos berros, ora em silêncio, ausente ou resignada.

Pensar politicamente exige mais do que repetir fórmulas morais de cartilha: implica escolher, discriminar, hierarquizar. Obriga, sobretudo, a imaginar. E é precisamente aí que estamos bloqueados. A crise é particularmente grave em Portugal porquanto os governos e os partidosos não existem para funcionar como laboratórios de pensamento, mas como máquinas de repetição.

É uma sociedade em que os problemas são novos, mas as respostas continuam velhas e muitas vezes sem qualquer coerência entre si. Queremos “sol na eira e chuva no nabal”, sem que ninguém questione os vasos comunicantes que se estabelecem entre políticas públicas que, nos seus objetivos, incentivos e consequências não desejadas, conflituam entre si.

(excertos do texto de Rodrigues Adão da Fonseca, OBSR)

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