A comunicação do Chega não é apenas defensiva, é ofensiva, calculada e profundamente adaptada ao ambiente mediático contemporâneo. Ao transformar a crítica em validação, o partido inverte a lógica tradicional da comunicação política.
A comunicação social portuguesa ainda não parece ter compreendido que os ataques diretos ao Chega, especialmente quando percebidos como tendenciosos, alimentam o crescimento do partido.
Enquanto os media tradicionais continuarem entretidos a bater no Chega com a mesma ladainha de sempre, ignorando olimpicamente as razões reais que levam centenas de milhares de eleitores a identificarem-se com o partido, podem ir preparando os especiais de televisão para quando Ventura for ministro ou, quem sabe, primeiro-ministro.
A cada manchete alarmista, a cada indignação seletiva em prime time, o Chega não recua, avança. Se a missão fosse fortalecer o partido, dificilmente fariam melhor. A comunicação social, convencida da sua superioridade moral, continua a disparar contra Ventura como quem atira gasolina para um incêndio, e depois finge surpresa quando as chamas só aumentam. (João Pedro Marques, OBSR)
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quarta-feira, 6 de agosto de 2025
A Frase (183)
A cada ataque mediático, Ventura cresce. Enquanto fingem combater o populismo, os jornalistas estão, na prática, a abrir-lhe estrada para o poder com microfones, manchetes e boa dose de arrogância. Ao contrário dos partidos tradicionais, que tendem a evitar o conflito direto com a comunicação social, o Chega procura deliberadamente esse confronto e transforma cada crítica em capital simbólico junto do seu eleitorado. Longe de ser um deslize comunicacional, esta postura faz parte de uma tática bem delineada: Ventura não reage, antecipa.
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