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domingo, 17 de agosto de 2025

Descoberta A Faísca Que Desencadeia Ondas De Calor Marinhas No Mediterrâneo

Górgonas-púrpuras, animais primos dos corais, que são afectados
pelas ondas de calor no Mediterrâneo 
Dugornay Olivier/IFREMER
 
O trabalho de cientistas italianos pode permitir desenvolver um sistema de alerta precoce destes fenómenos, que têm um severo impacto sobre a vida marinha.

Descoberta a faísca que desencadeia ondas de calor marinhas no Mediterrâneo
Intrusões de ar quente na Europa proveniente do continente africano têm um impacto muito maior do que o aumento da temperatura do ar. Desencadeiam também ondas de calor marinhas no Mediterrâneo, cuja frequência, duração e intensidade estão a aumentar, nas últimas duas décadas.

Descoberta a faísca que desencadeia ondas de calor marinhas no Mediterrâneo
Um novo estudo, conduzido por cientistas ligados ao Centro Euromediterrânico para as Alterações Climáticas (em Itália), e publicado esta semana na revista científica Nature Geoscience, analisou centenas de episódios de ondas de calor marinhas no mar Mediterrâneo, usando dados de satélite. Concluiu que na sua origem estão sistemas de alta pressão atmosférica semipermanentes, a que se dá o nome de cristas subtropicais

Estas cristas subtropicais formam-se frequentemente sobre o oceano, perto dos 30 graus de latitude (Portugal está nos 39 graus, virado para o Atlântico, mas ainda sob influência do clima mediterrânico), em ambos os hemisférios. Influenciam a dinâmica da circulação atmosférica e do clima regional, contribuindo para a formação de padrões climáticos como o El Niño, no Pacífico.

Descoberta a faísca que desencadeia ondas de calor marinhas no Mediterrâneo
O que os cientistas agora concluíram é que estas cristas subtropicais – também conhecidas como anticiclones africanos - fazem mais do que pôr a temperatura do ar a subir. A sua persistência cria as condições para a formação de ondas de calor marinhas. Podem ser vistas como a faísca para a subida da temperatura das águas, que pode causar grande mortalidade entre os seres vivos.

O trabalho da equipa permite pensar que será possível desenvolver sistemas de alerta precoce para ondas de calor no Mediterrâneo, e também estratégias para reduzir o seu impacto sobre a vida marinha e a economia.

Fonte: Clara Barata , Público

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