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Destruir é fácil. Reconstruir é mais difícil e leva mais tempo”, advertiu(MFL). As estatísticas mais recentes confirmam o alcance destas palavras. Em ambos os setores, Educação e Saúde, a consolidação orçamental dos últimos anos deixou marcas visíveis. Portugal conseguiu equilibrar as contas, mas com um preço elevado para a capacidade de resposta e qualidade dos serviços. (Valentina Marcelino, DN)
O desinvestimento prolongado em educação não se reflete apenas nas escolas ou nos salários. Manifesta-se nas competências da população, na sua capacidade de inovação, na produtividade e até na coesão social. Uma sociedade com baixos níveis de literacia é mais vulnerável à desinformação, tem mais dificuldade em aceder a oportunidades e progride mais devagar. (...)
São dados objetivos que ilustram o impacto de uma política prolongada de contenção no investimento público e ajudam a enquadrar as palavras da antiga ministra.(...)
Um país que não investe nos seus professores, nos seus alunos e nas suas escolas está, na prática, a desistir de crescer. Somos um país que lê menos, entende menos e, por isso, participa menos. E é isso que deve preocupar-nos mais.
No caso da saúde, estamos a falar de vidas. O SNS é um pilar fundamental para a coesão social. Não investir nos profissionais de saúde, nas infraestruturas e na capacidade de resposta é, na prática, desistir de proteger quem mais precisa e aceitar que a desigualdade se torne parte do sistema. É esquecer que um país vale tanto mais quanto mais cuidar dos seus.