Poder-se-ia pensar que Marcelo, ardiloso, julga ludibriar toda a gente. Um erro. Marcelo sabe que não ilude ninguém, mas segue à risca o esquema orquestrado para não expor o flanco: nada lhe poderá ser formalmente censurado. Obedece à letra para melhor trair o espírito. Significa isso que já pouco lhe importa a opinião alheia, perdeu todo o pudor no espectáculo. Não olha a meios para alcançar os fins que crê serem os do país: o lugar no Conselho de Segurança. Mas engana-se. Mostrou a venalidade do processo: o que tem preço não tem valor. Com o reconhecimento do Estado da Palestina no decurso de uma guerra iniciada por um grupo terrorista com actos da mais pura barbárie contra militares e civis, e ao não fazer da libertação dos reféns a condição primeira de um cessar-fogo, Portugal atraiçoou os princípios que afirma defender e que justificariam o bem fundado da sua candidatura a membro do Conselho de Segurança – e, imprudente, atraiçoou aliados. (...) Ficaram a saber que a voz de Portugal é a de quem dá mais. Toda a farsa terá servido exclusivamente para alimentar um délire de grandeur que se exibirá no palco do mundo. O Presidente da República Portuguesa compactuou com isto – rasca, tornou rasca o país ; inútil, apostou tudo a troco de nada. (João Tiago Proença, OBSR)
As extremas-esquerdas não estão só do lado errado da história. Também costumam estar ao lado dos mais violentos, dos mais revolucionários, dos que mais odeiam e dos que mais violam os direitos humanos. (João Marques de Almeida, OBSR)
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