A OCDE coloca a tónica na necessidade de a Zona Euro implementar um sistema “credível” de gestão de crises nas contas públicas. O dispositivo, recomenda o relatório agora conhecido, “deve incluir um mecanismo permanente de apoio à liquidez, submetido a condições estritas”. A supressão das ajudas culminaria as sanções a aplicar “quase automaticamente” aos países mais laxistas.
Destacando “os desequilíbrios muito marcados em alguns países”, que se “acumularam” nos anos que antecederam a recessão e acarretaram “recaídas no conjunto da Zona Euro”, a OCDE defende também que os Estados com os défices mais pronunciados terão de enveredar por “um grande rigor no domínio dos salários e dos preços”, se quiserem crescer em competitividade: “Uma redução dos salários e dos preços não deve ser excluída e, em certos casos, pode tornar-se inevitável
Teodora Cardoso, responsável pelos estudos económicos e estatística do BP diz que Portugal enfrenta um novo período de ajustamento "especialmente difícil" e terá de corrigir a trajectória de endividamento face ao exterior.
"Chegamos, assim, ao final de um ano de 2010 em que encontramos, ao contrário do legado de retomada da economia e de consolidação orçamental esperado no início do ano, um novo período de ajustamento, especialmente difícil porque o país terá de corrigir a trajectória do seu endividamento face ao exterior", afirmou numa conferência.
"Nessa correcção estará directamente implicado o Estado, mas também as empresas e os particulares, através da sua dívida aos bancos", acrescentou.
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