Uma nova tecnologia de imageamento cerebral está a ajudar os investigadores a preencher a lacuna entre a arte e a ciência.
Os estudos sobre os efeitos da música sobre o cérebro já são bastante numerosos - já se sabe, por exemplo, que ouvir música faz iluminar todo o cérebro.
Agora, para reforçar essa ponte entre ciências e arte, acaba de ser mapeado as diferentes formas com que o cérebro responde à leitura de textos escritos em poesia e em prosa.
Os cientistas usaram a última palavra em tecnologia de ressonância magnética funcional (fMRI), que lhes permite visualizar quais partes do cérebro são activadas para processar diferentes actividades.
A equipe identificou actividades no que eles chamaram de "rede de leitura" do cérebro, uma região que é activada em resposta à leitura de qualquer material escrito.
Mas também descobriram que a escrita mais carregada emocionalmente desperta várias regiões do cérebro fora dessa rede, que normalmente são activadas quando a pessoa ouve música.
Estas áreas, predominantemente no lado direito do cérebro, já foram previamente responsabilizadas pelos "arrepios na coluna" causados por uma reacção emocional à música.
Quando voluntários leram uma de suas passagens favoritas de poesia, as áreas do cérebro associadas com a memória foram estimuladas mais fortemente do que a "rede de leitura", indicando que a leitura de uma poesia de que se gosta é uma espécie de lembrança.
Em uma comparação específica entre poesia e prosa, a equipe encontrou evidências de que a poesia activa áreas do cérebro - como o córtex cingulado posterior e lobos temporais mediais - associadas com a introspecção.
"Algumas pessoas dizem que é impossível conciliar ciência e arte, mas as novas tecnologias de imagens do cérebro estão a dar um crescente corpo de evidências sobre como o cérebro responde à experiência da arte," disse o professor Adam Zeman, da Universidade de Exeter (Inglaterra).
"Este foi um estudo preliminar, mas é parte de um trabalho que está ajudando a ter um sentido psicológico, biológico e anatómico da arte," concluiu.
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