A 24 horas do anúncio, a maior questão que rodeia o Nobel da Literatura nem é a de quem é o grande escritor que merece ser coroado com um milhão de coroas suecas, mas sim se a nova secretária permanente, Sara Danius, decidiu alterar as regras do jogo tradicional em que os respeitáveis membros do júri se reviam tão bem e criou um conflito dentro da Academia sobre os méritos que levam os dezoito membros a optar por um ou outro autor. E essa realidade transpareceu para fora ao ver-se impossibilitada de revelar esse nome na semana passada devido a uma guerra interna, diz-se, a decorrer entre o júri contrariado por obedecer à moda dos tempos contemporâneos e serem obrigados a apontar um nome relacionado com causas em vez do valor da obra. E logo eles que estavam tão satisfeitos a decidir em torno de autores obscuros, como Herta Müller, Alice Munro ou Patrick Modiano, nas últimas edições, ou até a repescar velhas glórias, como Mario Vargas Llosa, em detrimento dos valores literários que não deveriam ser ignorados por um prémio desta dimensão, como foram Proust ou Tolstói, por exemplo.
Quem será eleito amanhã pela Academia Sueca é a grande pergunta que fazem os candidatos possíveis que hoje terão insónias enquanto esperam por um telefonema desde Estocolmo a revelar que foram escolhidos.(continuar a ler)
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