Um dos emprestadores sem eira nem beira, a quem vamos pagar a incúria, é a Caixa Geral de Depósitos. A recapitalização que pagamos são milhares de milhões de euros de crédito perdido em negócios ruinosos. Irrecuperável. Numa lista curta. Demasiado curta para que o seu conhecimento não suscite muita pedagogia e nos proteja de repetições, como diriam os açorianos.
Pois que fazem PS, PC e Bloco? Bloqueiam, com a sua maioria, o acesso ao conhecimento dos deputados sobre as misérias e desvarios que não podem voltar a acontecer na Caixa. Desobedecem até ao Tribunal da Relação para evitar que se fique mesmo a saber o que fez a Caixa no tempo de Sócrates.
O deputado do PCP que queria tirar o salário à dr. Teodora Cardoso (e a quem o PS já esta semana fez o favor de propor legislação para acabar com a independência do Conselho das Finanças Públicas) acha que conhecer no Parlamento a lista dos grandes devedores que obrigaram a esta recapitalização “vai certamente fragilizar a Caixa”…
A mesma esquerda que concentra esforços para despedir o governador do Banco de Portugal – ou quem quer que ouse discordar da paz socialista – é quem impede que se conheçam auditorias internas do banco público, a situação dos 50 maiores devedores do banco, a lista dos créditos superiores a um milhão de euros e os 50 acima deste valor que deixaram de pagar. Que se possa evitar que pelo menos no banco público não se repita a pouca-vergonha que nos põe esta canga às costas.
Excertos do artigo de José Eduardo Martins, Visão (15-3-2017)
Sem comentários:
Enviar um comentário