A maioria dos portugueses não confia nos governos, nem nos militares, jornalistas, sindicalistas ou líderes religiosos. Mas confia nos cientistas. Portugal é o país onde menos se embarca em teorias da conspiração muitas vezes difundidas através de notícias falsas, como as que negam, por exemplo, a importância das vacinas e a responsabilidade humana no aquecimento global ou as que veiculam sentimentos anti-imigração. É esta uma das conclusões de um estudo da Universidade de Cambridge realizado em oito países europeus e nos EUA.
De acordo com os resultados do estudo “Conspiracy and Democracy”, do Centre for Research in the Arts, Social Sciences and Humanities e a YouGov Cambridge, só 10% dos portugueses defendem que os verdadeiros efeitos das vacinas estão a ser escondidos — em França, por exemplo, ultrapassa os 25%; e apenas 13% acreditam que o Governo esconde o número real de imigrantes no país — lá fora, a média é 28% (ver infografia).
De acordo com os resultados do estudo “Conspiracy and Democracy”, do Centre for Research in the Arts, Social Sciences and Humanities e a YouGov Cambridge, só 10% dos portugueses defendem que os verdadeiros efeitos das vacinas estão a ser escondidos — em França, por exemplo, ultrapassa os 25%; e apenas 13% acreditam que o Governo esconde o número real de imigrantes no país — lá fora, a média é 28% (ver infografia).
Paradoxalmente, Portugal é o país onde mais se crê que existe um grupo que secretamente governa o mundo — 42%, o dobro da média — e onde mais se considera que, apesar de vivermos em democracia, haverá sempre uma mesma elite a mandar (66%).
“É a correlação entre estas duas posições que surpreende”, conclui Hugo Leal, investigador que participou no estudo. “Por um lado, há razões histórico-sociais que justificam a crença de que o país não está nas mãos dos eleitos, mas nas mãos das elites. Por outro lado, não há condições sociais e políticas para a emergência de fenómenos de base nativista ou nacionalista que espalhem essa desinformação pela internet.”(continuar a ler)
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