Costa tem o país na mão para 2019 e, mesmo minoritário, tenciona continuar a ter no início da próxima legislatura.
Conta com a indiferença geral e com a complacência presidencial. Só liga a Marcelo o estritamente necessário, como se viu ainda agora a propósito de Borba. O presidente continuará sentado, ou a tirar selfies, à espera das "responsabilidades objectivas e subjectivas" que pede cada vez que ocorre uma desgraça. Conta com o radicalismo que lhe garantiu paz sindical, e que começa a dar de si, e fidelidades redactoriais nas televisões e nos jornais, num tempo de comunicação social intelectual e materialmente debilitada pela precariedade.
Conta com a perdição absoluta do PSD às mãos de Rio. E conta, sobretudo, com a anomia política da sociedade portuguesa, que a última coisa que deseja é encontrar a política pela frente.
Nas jornadas parlamentares algarvias do PS, onde os jogos florais entre o grupo de César e o caudilho por causa das touradas desapareceram (alguma vez existiram?), selados pela promessa da "paz perpétua socialista".
Na rua, puseram uma publicidade a leite onde se pergunta "o que faz uma vaca feliz". Portugal é, há três anos, a resposta. A voar ou na terra, Costa é o homem que faz as vacas felizes. Para o ano se verá se os portugueses arriscam voar como elas.
João Gonçalves, JN
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