Há três anos o Governo prometia devolver rendimentos, repor direitos adquiridos e acabar com a austeridade que asfixiava o país. Agora exulta a responsabilidade financeira, acusando os partidos da oposição de quererem aprovar medidas orçamentais que poderão custar 5,7 mil milhões de euros.
E do alto da sua justificada gabarolice, Mário Centeno, o Sr. Eurogrupo, diz: "Portugal é hoje um dos fatores de estabilidade e de crescimento na Europa. A nova fase de todo o processo orçamental que hoje se inicia tem que manter estes compromissos. Mais do que isso, tem que garantir que esses compromissos não são postos em causa no futuro".
Dizem-me, é a política. Talvez seja, mas não quer dizer que seja bonita ou que tenhamos de aceitar a incongruência e a retórica como se fossem um qualquer destino a que estejamos predestinados.
João Vieira Pereira, Expresso
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