No entanto, convirá recordar que para Pedro Nuno Santos, durante a campanha eleitoral, havia uma linha vermelha em relação ao Chega. Agora, feitas as eleições, no quadro parlamentar, a linha vermelha deixou de existir e PS e Chega convivem num mapa cor de rosa.
Ora isto quer dizer que a partir daqui as críticas de Pedro Nuno Santos a quaisquer entendimentos parlamentares com o Chega soam a falso. Ficamos a saber que aquilo que é vermelho para os outros, é cor de rosa para o PS. Mas este entendimento com o Chega em relação às SCUT mostra uma outra coisa: sem sobressaltos Pedro Nuno Santos passou de líder do regresso da ferrovia para mentor de maior utilização do automóvel.
Estes singelos episódios parlamentares entram naquele crescente rol de coisas que levam as pessoas normais a não acreditar no que os políticos dizem. Se não conseguem ser coerentes no que afirmam, como se pode ter confiança no que dizem querer fazer?
Pedro Nuno Santos até já sugeriu que, mesmo estando na oposição, consegue tomar mais medidas que o actual Governo.
Talvez ele se possa recordar que o PS, ao fim de oito anos de governo, deixou por resolver as reivindicações de recuperação do tempo de serviço dos professores, o pagamento de suplementos de risco para as forças de segurança, a revisão salarial dos guardas prisionais, os suplementos e horas extraordinárias dos funcionários judiciais e os aumentos e revisão da carga horária de médicos e enfermeiros. Será que se esqueceu disto tudo?
(Falcão, A Esquina do Rio)
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