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quinta-feira, 1 de maio de 2025

A Noite


Mas a noite ventosa, a noite límpida
que a lembrança somente aflorava, está longe,
é uma lembrança. Perdura uma calma de espanto,
feita também ela de folhas e de nada. Desse tempo
mais distante que as recordações apenas resta
um vago recordar.

As vezes volta à luz do dia,
na imóvel luz dos dias de Verão,
aquele espanto remoto.
(...)

Às vezes regressa
na imóvel calma do dia a recordação
daquele viver absorto, na luz assombrada.

(Cesare Pavese)

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