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segunda-feira, 28 de julho de 2025

O Ruído Branco Toma Conta De Assalto A Política Portuguesa

O ruído branco toma de assalto a política portuguesa. A esquerda impotente e traumatizada explora todas as polémicas à superfície como se fossem a salvação do mundo. Na devastação do Gueto de Gaza, a esquerda é apenas vocal onde a direita é apenas venal. Sobram o sexo e a cidadania, as barracas, a imigração, o governador do Banco de Portugal, os alunos sem professor, a calamidade das urgências no SNS, os desvios de direita do Governo, os desvios erráticos do PS, o triunfalismo exótico do Chega.

É certo que o Chega é líder da oposição e aparece infectado pelo vírus da responsabilidade virtual nas acções e da agitação revolucionária nas palavras. O PS é o tenor de uma esquerda provinciana abafado pelo coro ruidoso de uma esquerda em peso e em pânico. A política portuguesa não é um ecossistema estratificado, mas uma dispersão programática de causas, de culpas, de cumplicidades. As cumplicidades disfarçam as culpas e as cumplicidades passam por causas. A esquerda perdeu as causas e anda à procura de uma função. Enquanto não tem função, a esquerda ocupa-se do escândalo do dia como se fosse a causa da Humanidade. (...)

Depois vem a deserção dos “candidatos naturais”. A ausência dos “candidatos naturais” abre o espaço político a todas as figuras políticas que conheceram 15 minutos de fama. (...)

A grande responsabilidade repousa nas mãos do actual Presidente da República. A Presidência da República tem uma função decorativa que não pode ignorar uma função política que existe como o último ratio do Regime. A Presidência da República é a peça política que marca o ritmo da nação governada – Modera os excessos da actividade executiva, acelera os excessos da estagnação executiva. Portugal teve nestes últimos 10 anos um Presidente hiperactivo que assistiu bem-disposto a um país estagnado. Um paradoxo que é um drama nacional.

E quanto ao Primeiro-Ministro? Portugal é governado às fatias e em pedaços de cena.

(Ler aqui na íntegra o texto de Carlos Marques de Almeida, ECO)

Nota: Como quase sempre CMA expõe a realidade de um modo sucinto mas claro.

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