quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Nada Mais Frustrante Que Ter A Força Da Razão, Mas Ser Inconsequente Na Acção
Nada há de mais frustrante que ter a força da razão, mas ser inconsequente na ação. Foi o que aconteceu esta semana no Parlamento. Mariana Mortágua arrasou Governo e PS, acusando-os de deslealdade - "para nós, a palavra dada é mesmo para ser honrada" – mas na hora de votar o Orçamento do Estado, na especialidade, o Bloco encolheu-se. Faltou-lhe coragem. Teve medo. O distanciamento entre a palavra e o concreto, entre aquilo que se diz e o que se faz, é o grande calcanhar de Aquiles da política e dos políticos, aqui e em qualquer parte do Mundo. E é isto que afasta cada vez mais os eleitores ‘dos que mandam’. Até arrepia ouvir o que se ouviu sobre as vítimas dos incêndios e, depois, os mesmos deputados que aprovaram votos de pesar, chumbarem, neste Orçamento, uma proposta que isentava de IMI as famílias que viram as casas destruídas pelas chamas. Absolutamente inacreditável. Ultrapassa todos os limites da falta de sensibilidade e bom senso.
(excerto do artigo de) Paulo João Santos, CM
(excerto do artigo de) Paulo João Santos, CM
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
Cativações De Centeno Comparável À Gestão Orçamental De Salazar
Passámos a ser democratas a fazer défices, mas em termos de gestão das despesas nós continuamos no Salazar, basicamente. Com uma diferença, no tempo de Salazar não havia défices. Não havia mesmo, cortavam-se as despesas, é claro que se cortavam, em educação, saúde, pensões, que nós não queremos cortar, mas défices não havia”
“O poder todo em matéria de gestão do orçamento estava no ministro das Finanças. O ministro das Finanças é que decidia se havia dinheiro ou se não havia, se não havia dinheiro cortava, pura e simplesmente."
Teodora Cardoso (ler: a gestão orçamental de Mário Centeno em 2016 foi “uma espécie de reprodução” da gestão orçamental feita durante os tempos de Salazar)
“O poder todo em matéria de gestão do orçamento estava no ministro das Finanças. O ministro das Finanças é que decidia se havia dinheiro ou se não havia, se não havia dinheiro cortava, pura e simplesmente."
Teodora Cardoso (ler: a gestão orçamental de Mário Centeno em 2016 foi “uma espécie de reprodução” da gestão orçamental feita durante os tempos de Salazar)
A Instabilidade Fiscal E Outros Delírios
A taxa sobre as renováveis é só um exemplo dos danos que a instabilidade fiscal tem causado. Conhecemos outros delírios que acabaram por ficar pelo caminho, como a ideia de criar um imposto sucessório para heranças de grande valor - que provocou uma corrida às doações e fuga de investidores no ano passado -, e sabemos de medidas que efetivamente avançaram, como o adicional ao IMI ou a subida da derrama do IRC para empresas com lucros superiores a 35 milhões (de 7% para 9%). E a cada nova ideia brilhante para acomodar as vontades da esquerda há um grupo de investidores que foge de Portugal a sete pés. Não tanto pelas medidas em si mas pela incerteza fiscal que continuamos a representar.
Joana Petiz, DN
Joana Petiz, DN
A Mente
Toda a vida mental é uma construção no abismo de nós com um real como pretexto ou rampa de lançamento
Vergílio Ferreira
Vergílio Ferreira
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Este É O Governo E A Coligação Do Abstrato
Da mesma forma que o governo iria descongelar as carreiras dos professores e que assim, segundo o Primeiro-Ministro, estes recuperariam – “em abstrato” - os seus rendimentos, também só “em abstrato” é que as reformas estruturais estão a ser feitas.
Afinal este governo tem um novo caminho, mas só “em abstrato”, porque na realidade em que vivemos, os impostos aumentaram, as cativações galoparam e os serviços públicos deterioraram-se.
Em abstrato a reforma laboral feita por PSD/CDS é uma “indignidade”, mas na realidade, e após dois anos e três orçamentos de Estado, não lhe tocaram. Na realidade, o Ministério das Finanças apresenta-a internacionalmente como uma das grandes reformas que o país fez como aliás indica o panfleto promocional do IGCP.
Até o Infarmed era para ir para o Porto, em abstrato, porque na realidade fica em Lisboa. Tudo não passou de uma “intenção” quando na verdade foi uma verdadeira encenação.
Em abstrato temos um governo, mas na realidade temos uma reencarnação política de José Sócrates, mas desta vez com o aplauso do PCP, BE e Verdes .
(excertos do artigo de Duarte Marques, Expresso)
Penumbra
Na penumbra dos ombros é que tudo começa
quando subitamente só a noite nos vê
E nos abre uma porta nos aponta uma seta
quando subitamente só a noite nos vê
E nos abre uma porta nos aponta uma seta
para sermos de novo quem deixámos de ser
David Mourão Ferreira
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
A Importância De Estudar Antes De Dicidir
Olhar para o futuro sem medo de repetir os erros do passado começa no acto de perceber a importância de estudar antes de decidir. Isto vale para a sociedade civil, que precisa de exigir mais e escrutinar melhor as opções dos seus governantes. Vale para o governo, claro, porque é aí que se encontra o centro da decisão política. E vale para PSD e CDS que, se quiserem constituir uma alternativa, têm de ir além das críticas às decisões erráticas dos ministros – têm de estabelecer as bases para um novo e mais fiável modelo de governação.
Alexandre Homem Cristo, OBSR
Se, Nada Mudar ...
«Se nada mudar, invente, e quando mudar, entenda. Se ficar difícil, enfrente, e quando ficar fácil, agradeça. Se a tristeza rondar, alegre-se, e quando ficar alegre, contagie. E quando recomeçar, acredite, você pode tudo. Tudo é possível pelo amor, e pela fé que você tem em Deus!»
domingo, 26 de novembro de 2017
Tratamento Para O Cancro Da Próstata Ganha Genérico Inédito
A Anvisa aprovou o registo do medicamento genérico acetato de abiraterona, que é utilizado no tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático.
O acetato de abiraterona é usado em combinação com os medicamentos prednisona ou prednisolona.
De acordo com a Lei dos Genéricos, a aprovação do medicamento deve reduzir os custos do tratamento, pois os medicamentos genéricos devem entrar no mercado com valor pelo menos 35% menor que o do produto de referência.
Até o momento não havia genéricos do medicamento acetato de abiraterona, que está no mercado com o nome comercial Zytiga, registado pela empresa Janssen-Cilag Farmacêutica. O medicamento genérico foi registado pela empresa Dr. Reddys Farmacêutica.
O acetato de abiraterona inibe selectivamente uma enzima necessária para produção de androgénios (hormonas sexuais) pelos testículos, glândulas suprarrenais e tumores da próstata, além de diminuir consideravelmente os níveis desses hormonas, os quais levam à progressão da doença.
DS
É Preciso Reconhecer Que O PS Tem Feito Uma Evolução ...
O Governo contratou 50 figurantes para fazerem perguntas ao grande líder e participarem num ‘estudo de opinião’. Em troca, recebem 200 euros e uma sandes. Estaremos na presença de uma ‘encenação vergonhosa’, como disse a oposição? Talvez: o dinheiro público merece outro respeito e ‘estudos de opinião’ nestas condições podem oferecer resultados próximos da idolatria. Mas é preciso reconhecer que o PS tem feito uma evolução. No início, com Sócrates, eram menores a encher feiras tecnológicas sem pagamento ou refeição. Depois, nas campanhas eleitorais, já eram adultos, com direito a bifanas, embora sem documentos de residência ou cidadania. Desta vez, imagino que os 50 estão legalizados e não totalmente famintos. O ideal era termos figurantes voluntários que já viessem almoçados de casa. Mas, como disse o Dr. Costa, a ideia de que ‘é possível tudo para todos’ ainda é uma ilusão.
João Pereira Coutinho, CM
João Pereira Coutinho, CM
A Arte ...
A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
sábado, 25 de novembro de 2017
A Portentosa Ideia Do Infarmed No Porto
O episódio do Infarmed serve dois propósitos, ambos redundantes. O primeiro é mostrar os abismos de descaramento, demagogia e trafulhice a que o governo é capaz de descer. O segundo é lembrar que, apesar dos esforços do Infarmed, o país não tem remédio: ignoro se por manha ou criancice, toda a gente deseja acolher o Estado no quintal a título de dádiva.
No fim, como de costume, as coisas ficarão na mesma, com o Infarmed em Lisboa, uma sucursal no Porto para justificar o barulho, cinco comissões inventadas para “articular” o arranjo, 165 empregos criados do zero, o poder a soltar foguetes, o dr. Costa a soltar perdigotos e, à revelia dos alertas de certa instituição, os portugueses a tomarem toneladas de antidepressivos. E precisam de tomar ainda mais.
(excertos do artigo de Alberto Gonçalves, OBSR
Nota: Infarmed. Documento desmente versão de António Costa
No fim, como de costume, as coisas ficarão na mesma, com o Infarmed em Lisboa, uma sucursal no Porto para justificar o barulho, cinco comissões inventadas para “articular” o arranjo, 165 empregos criados do zero, o poder a soltar foguetes, o dr. Costa a soltar perdigotos e, à revelia dos alertas de certa instituição, os portugueses a tomarem toneladas de antidepressivos. E precisam de tomar ainda mais.
(excertos do artigo de Alberto Gonçalves, OBSR
Nota: Infarmed. Documento desmente versão de António Costa
Boa Noite ...
Que neste anoitecer o sol possa deitar-se silenciosamente para que a lua resplandecente e iluminada ,tome seu lugar impedindo que o manto escuro da noite tome conta do infinito..
Boa noite... Bons sonhos!
AG
Boa noite... Bons sonhos!
AG
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Pedro Rolo Duarte (1964-2017)
O jornalista e radialista Pedro Rolo Duarte morreu esta manhã de sexta-feira, no Hospital da Luz, em Lisboa. Estava internado na unidade de cuidados paliativos desde quarta-feira. Tinha 53 anos.
Esta É A Frase
O governo deixou-se enlear na teia de aranha urdida pelos apoiantes da solução governativa, pelos seus sucedâneos e pelas circunstâncias de uma narrativa de disponibilidade para regressar ao passado. E, com maior ou menor habilidade política, é assim que estamos, a voar sobre a teia de aranha, qual ninho de cucos. Dar a uns significará dar o mesmo aos restantes ou generalizar a agitação social, até agora alimentada por questões de natureza setorial ou de calendário.
António Galamba, Ji
António Galamba, Ji
Instante ...
Friedrich Nietzsche
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Notícias Soltas
Será Que Passou A Era Do Ilusionismo E Finamente Começamos A Entrar No Realismo ?
Presidente da República no dia 20 de Novembro, citado pelo Público: “A crise deixou marcas profundas, é uma ilusão achar que é possível voltar ao ponto em que nos encontrávamos antes da crise – isso não há!(…) A segunda ilusão é achar que se pode olhar para os tempos pós-crise da mesma forma que se olhava antes [para os problemas], como se não tivesse havido crise. A crise deixou traços profundos e temos de olhar para eles”.
Primeiro-ministro dia 21 de Novembro: “A ilusão de que é possível tudo para todos já não existe isso” e “se queremos investir mais na qualidade da educação, na qualidade do sistema de saúde e nos serviços públicos não podemos consumir todos os recursos disponíveis com quem trabalha no Estado”.
Repare-se que há expressões quase iguais. Um diz “isso não há”, o outro diz “não existe isso”. Concertados ou não, pouco importa.
Repare-se que há expressões quase iguais. Um diz “isso não há”, o outro diz “não existe isso”. Concertados ou não, pouco importa.
O que importa é que entrámos numa nova fase em que afinal há escolhas difíceis, em que o mundo não se divide entre os bons que nos aumentam o rendimento e os maus que nos tiram rendimento.
Temos todas as razões para estarmos satisfeitos. Passou a era do ilusionismo e entrámos na era do realismo. Um e outro ditados pela política enquanto arte conquistar e manter o poder.
Foi preciso sermos confrontados com a revindicação dos professores para ouvir o Governo dizer, implicitamente, que não há dinheiro, que não podemos ter ilusões. Antes tarde do que nunca, especialmente porque o caminho que estávamos a seguir nos condenaria, mais cedo ou mais tarde, ao desastre.
Esta nova via dá-nos mais garantias mas continuamos no fio da navalha. Porque é preciso escolher um caminho que faça a mudança que nos levou para os braços da troika. E isso, este Governo pode não ter condições políticas, nem vontade, para o fazer.
(excertos do artigo de Helena Garrido, hoje no OBSR)
Quem Me Mandou A Mim Querer Perceber ?
Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...
Alberto Caeiro
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Notícias Soltas
O Governo Caiu Na Sua Própria Ratoeira
António Costa entretém-nos com mais um sapateado: agora é o Infarmed. Esperemos que a ideia não seja pôr-nos a olhar para o Porto para tentar disfarçar o que se passa no país. Na verdade, nada esconde o momento difícil que o Governo atravessa. Já nem as esquerdas aplaudem. Protestam. Tal como o Presidente e a direita, os parceiros também se sentaram na plateia dos críticos. Nos lugares da frente, os sindicatos dão volume à insatisfação. Querem mais. Vão sempre querer mais. Professores, polícias, militares, o país inteiro. Não pode haver filhos e enteados. O PS está desorientado, o partido que se afirmou pela antiausteridade é obrigado a reconhecer que prometeu ilusões “incomportáveis”. Desta vez (?) os socialistas geriram mal as expectativas. As esquerdas fugiram do palco. O Governo caiu na sua própria ratoeira.
Bernardo Ferrão, Expresso
Bernardo Ferrão, Expresso
Magnificat
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia !
Álvaro de Campos
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Notícias Soltas (act.)
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