domingo, 5 de setembro de 2010

O Convidado


Era muito conceituado pelo seu temperamento sereno e compassivo. A dada altura, uma família muito rica que ouvira falar dele quis conhecê-lo e mostrá-lo para impressionar os seus amigos. Convidaram-no para um almoço. O homem chegou vestido modestamente, e rapidamente percebeu que os presentes evitavam saudá-lo e que até os criados o serviam a contragosto. Abandonou a casa por uns minutos e voltou ataviado com uma elegante túnica. Os donos e convidados da casa receberam-no muito efusivamente e os criados serviram-no com grande esmero. Chegou o momento de passar à sala de jantar para celebrar a refeição. Disseram ao homem onde se havia de sentar. Despojou-se da túnica e com descaramento, atirou-a para a cadeira.
- Porque faz isso? - perguntaram todos, estupefactos.
- Foi a minha túnica, e não eu, quem recebeu o vosso respeito e consideração. Ela que fique para almoçar convosco.
sereno e sorridente, abandonou a casa para nunca mais voltar.

O ser humano, devido à sua falta de entendimento acertado, põe a atenção no que é banal e subtrai-a do que é essencial; fica como o pavão que exibe as suas penas abertas. Como o tolo que não aprecia o diamante porque fica arrebatado pelo estojo, muitas pessoas não vêem para além do verniz das coisas.

1 comentário:

Para a Posteridade e mais Além disse...

e subtrai-a do que é essencial;
e como diria o outro e o que é essencial

Oh carrapau o pavão que exibe as suas penas abertas, tenta reproduzir-se aspira à imortalidade relativa


o tolo que não aprecia o diamante
ou o sábio um diamante é um bocado de carbono que arde numa fogueira
ou se passar tempo suficiente se recristaliza em grafite

porque fica arrebatado pelo estojo,o estojo é uma obra de arte ó sardinha


todas as pessoas não vêem para além do verniz que observam nas coisas....

e carrapau és um perfeito exemplo
disso

só eu é que the chateio aqui pá
o desconvidado