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O sucesso das políticas do governo brasileiro para tirar milhões de pessoas da pobreza na última década está a provocar o aparecimento de dois tipos opostos de classe média, afirma a reportagem publicada nesta quinta-feira pelo diário económico britânico Financial Times.
O jornal observa que os 33 milhões de brasileiros que deixaram a pobreza para integrar a nova classe média emergente foram os grandes beneficiados pelas políticas oficiais, enquanto a classe média tradicional considera que a situação no período ficou mais difícil.O jornal comenta que 105,5 milhões dos 190 milhões de brasileiros são considerados hoje de classe média, mas que os 20 milhões da classe média tradicional, com renda mensal maior que R$ 5.174, estão “no lado perdedor”.
“Diferentemente da Índia, onde a antiga classe média beneficiou com a criação de novas indústrias e fornecimento de serviços de tecnologia da informação, muitos na classe média brasileira reclamam dos aumentos de preços, impostos, infraestrutura congestionada e mais competição por empregos”, diz a reportagem.
O jornal cita o economista da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Neri, que se dedica a estudar a classe média, segundo o qual a renda dos 50% mais pobres cresceu 68% em termos reais nos últimos dez anos, enquanto os 10% mais ricos viram sua renda crescer somente 10% no período.
Alguns reclamam que o governo ajuda os pobres por meio de benefícios e aumentos salariais e os ricos por meio de empréstimos subsidiados para suas empresas”.
“Isso inunda a economia com dinheiro, levando à inflação, a qual o Banco Central tenta depois combater com aumentos de juros, penalizando a classe média”.(Fonte: Financial Times, via BBC Brasil)
É quase sempre assim. A pobreza combate-se invariavelmente à custa da classe média porque os ricos, esses, acabam sempre a ganhar. Não, não sou contra os ricos, quem dera que todos o fossem. Só que nesta luta inglória, ao logo dos tempos, para acabar com a pobreza, os que mais se esforçam para melhor a vida, os que se empenham em estudar mais, trabalhar e poupar quando possível, são sempre os mais penalizados.
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