António Costa completa 250 semanas como primeiro-ministro. Um número redondo que serve de pretexto para o caracterizar. As mesmas características que são aplaudidas e elogiadas por quem o apoia e admira, são aquelas que, por outro lado, são criticadas pelos demais.
Tem como principais trunfos o foco e a ambição. Os fins que define – relativamente às suas próprias ambições, e não necessariamente do país – são claros, enquanto os meios para os atingir vão sendo trabalhados à medida das circunstâncias. Dentro da esfera democrática é, quase, agnóstico em relação ao modo de alcançar tais objetivos. Esse desprendimento, frieza e quase desprezo pelas “regras naturais” da sociedade e política, permitiram-lhe arquitetar a famosa geringonça em 2015. Nem eu, nem a maioria dos portugueses, inclusive apoiantes do PS, acreditavam que esta solução governativa aguentasse até ao fim da legislatura. Uns consideram hoje que foi uma solução positiva, outros – como eu – estão convictos do contrário. Mas, independentemente das divergências de opinião quanto à qualidade de governação, há algo que todos tendem a concordar: este modelo de governação só foi possível graças a um político e negociador muito hábil, único no atual panorama político português.
André Pinção Luca, ECO (ler aqui texto completo)
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