... Que o Estado se degrade e a pouco e pouco, se fragmente, se transforme em algo para inglês ver.
Não sei se há outras línguas que possuam, como a nossa, uma expressão como “para inglês ver”. Por mim, não me lembro de nenhuma. Mas é verdade que em Portugal cai às mil maravilhas. Sob o olhar do outro, do estrangeiro, vamos fingir que tudo corre como deve ser, civilizada e ordeiramente. Respeitamo-nos uns aos outros impecavelmente e cumprimos a lei. Mas saindo para fora do campo do olhar alheio tudo muda. O respeito e o resto eram ludíbrio e cada um se desenvencilha como pode, sacudindo, se a situação o reclamar, a água do seu capote. Vai-se ver e era tudo para inglês ver. Um artifício.
O problema é que às vezes o reino das aparências se desmorona às claras, aos olhos de todos. Nestes dias posteriores à tragédia de Pedrógão Grande viu-se isso na perfeição. (continuar a ler)
Não sei se há outras línguas que possuam, como a nossa, uma expressão como “para inglês ver”. Por mim, não me lembro de nenhuma. Mas é verdade que em Portugal cai às mil maravilhas. Sob o olhar do outro, do estrangeiro, vamos fingir que tudo corre como deve ser, civilizada e ordeiramente. Respeitamo-nos uns aos outros impecavelmente e cumprimos a lei. Mas saindo para fora do campo do olhar alheio tudo muda. O respeito e o resto eram ludíbrio e cada um se desenvencilha como pode, sacudindo, se a situação o reclamar, a água do seu capote. Vai-se ver e era tudo para inglês ver. Um artifício.
O problema é que às vezes o reino das aparências se desmorona às claras, aos olhos de todos. Nestes dias posteriores à tragédia de Pedrógão Grande viu-se isso na perfeição. (continuar a ler)
Sem comentários:
Enviar um comentário