As linhas de comboio que terminavam em Auschwitz, retornavam às cidades, vilas e lugares da Europa. O grotesco acabava ali, mas a origem do horror, a sua possibilidade, começava em casas vulgares, no quotidiano das instituições, nas palavras ouvidas, naquelas em que se acreditou, no que se reproduziu, no que permitimos, no que fizemos ou deixámos fazer a 6 milhões de pessoas, pessoas como nós.
Hoje, as ruas e os edifícios de Auschitwz-Birkenau estão vazios, são um memorial histórico, ético, moral, forte e arrebatador. Mas se nas cidades, vilas e lugares, na origem, deixarmos haver lugar para discursos de ódio, antissemitas ou outros, enquanto alimentarmos direitos de uns sobreponíveis aos de outros, enquanto acreditarmos que não é connosco, Auschwitz não terá sido plenamente libertado.
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