quarta-feira, 29 de abril de 2009

Peixes-zebra Detectores de Alterações na Qualidade da Água



A concessionária do sistema de abastecimento de água ao Algarve está a testar a utilização de peixes-zebra como detectores de alterações à qualidade da água que é introduzida na rede, anunciou a Águas do Algarve, citada pela Lusa.

Os sensores do sistema são os 17 pequenos peixes-zebra que habitam o aquário por onde passa a água que é introduzida na rede. O grupo de peixes tropicais é observado por feixes de luz instalados nas paredes de vidro do aquário.

«Qualquer alteração ao comportamento dos peixes é lida pelo sistema informático que determina a que tipo de ameaça corresponde, emitindo diferentes tipos de alerta, nomeadamente a presença de agentes tóxicos potencialmente nocivos para a saúde humana», explicou à Lusa Teresa Fernandes, porta-voz da Águas do Algarve.

Peixe com capacidades regenerativas

O peixe-zebra, de nome científico «Danio rerio», é conhecido pelas suas capacidades regenerativas e resistência, características que o tornaram famoso não só para a aquariofilia, mas também para cientistas, que o estudam para procurar cura para o cancro ou mesmo para a cegueira.

É assim um peixe há muito estudado e por isso serviu de base ao protótipo «ToxProtect64», concebido por uma empresa alemã, agora instalado no Algarve. «Estes peixes foram testados em laboratório e conhece-se o padrão de comportamento, que é agora traduzido para um sinal que determina o tipo de alteração à qualidade da água», observou José Menaia, do LNEC.

A experiência decorre no âmbito de um projecto europeu de reavaliação e desenvolvimento das tecnologias de tratamento e monitorização da qualidade da água, denominado TechnEau.

Dados recolhidos enviados para a Alemanha

Os dados recolhidos em Portugal estão a ser enviados em directo, por GPRS, para a Alemanha, onde a equipa coordenadora do estudo europeu os compila para produzir um relatório final da experiência.

Teresa Fernandes admite o interesse da Águas do Algarve em vir a adoptar o sistema, após esta experiência de seis meses, e até já dispõe de uma equipa de investigadores da Universidade do Algarve a trabalhar no projecto. 

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