sábado, 5 de setembro de 2009

População Aprende a Identificar Sinais de Poluição



Água mais escura, espuma e peixes à superfície de boca aberta são sinais a que a população de Vaqueiros (Santarém) vai estar particularmente atenta durante o mês de Setembro, para evitar novas mortandades de peixe no Alviela.

Os sinais que os jovens da paróquia, pescadores, caçadores e habitantes da localidade aprenderam quinta-feira a identificar, vão permitir que estes "vigilantes" do Alviela lancem o alerta junto das autoridades assim que suspeitem da existência de uma descarga poluente no rio.

A iniciativa, designada "SOS Alviela", visa salvar as espécies autóctones existentes no rio, sobretudo a boga portuguesa, inscrita no livro vermelho das espécies em risco e que uma investigação realizada em Agosto comprovou existirem no rio (foram encontrados dois exemplares), disse à agência Lusa a chefe de Divisão de Resíduos e Promoção Ambiental da Câmara Municipal de Santarém.

"É incrível como um rio poluído possui uma biodiversidade riquíssima que urge preservar", disse Maria João Cardoso.

Segundo afirmou, esta iniciativa pioneira visa salvaguardar as espécies autóctones enquanto não se resolvem os problemas das fontes poluidoras (a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcanena e as suiniculturas) e deixar claro junto dos eventuais poluidores que estão "sob vigilância".

A acção de formação junto da população, que teve também uma vertente pedagógica, ensinando as pessoas a saberem identificar as espécies, em particular distinguindo as autóctones das exóticas, é complementada por um "manual de procedimentos para salvamento das espécies autóctones".

"Sempre que for dado um alerta (junto das autoridades referenciadas - GNR, Administração de Região Hidrográfica, autarquia), os exemplares das espécies autóctones são retirados e colocados em quatro tanques de rega cedidos por agricultores locais, onde permanecerão até existirem condições para serem devolvidas ao rio".

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