Confirma-se: Pedro Passos Coelho está-se mesmo a “lixar” para as eleições. Se dúvidas havia, as grandes linhas da política orçamental que este Governo apresentou ontem aí estão para as afastar.(...)
Independentemente das medidas concretas que lá estão e do sentido que fazem, esta é uma abordagem eleitoral a que não estamos acostumados. A prática das últimas décadas sempre foi a do eleitoralismo descarado com o objectivo de caçar votos. Com a honrosa excepção do governo do Bloco Central liderado por Mário Soares em 1983-85 — que teve a inteligência de seguir a severa austeridade desenhada por Êrnani Lopes —, ano de eleições sempre foi sinónimo de regabofe orçamental acrescido, de medidas e promessas que só podiam ser pagas na magia das folhas de cálculo dos partidos e que foram cavando o buraco onde havíamos de mergulhar com estrondo.(...)
A reforma do Estado é um chavão tão gasto e tão adiado que já nem vale a pena falar dela. Mas agora é tão ou mais urgente do que era no passado.
Este é o quadro e é nele que as opções políticas terão de ser desenhadas. Alguém que venha falar de margem de manobra nas contas, folga orçamental ou sinónimos do género estará certamente a enganar os eleitores. Simplesmente porque eles não existem.
Agora Pense . Pense, e Pense.
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