sábado, 26 de janeiro de 2019

Reacções Ao Que Se Passa Na Venezuela

A de António Guterres. De modo a evitar “um conflito que será um desastre para a população do país”, o eng. Guterres apela ao “diálogo”. (...) Em 1995 ou em 2019, não se pode dizer que o eng. Guterres não tem ideias firmes. Infelizmente, tem apenas uma. E não chega a ser ideia.

B de Belo Governo que nos apascenta. Pela voz do dr. Santos Silva, o governo acha que o tempo do sr. Maduro acabou. Pelos vistos, e por sorte, só acabou agorinha mesmo, o que permitiu que durante longos anos, sob o sr. Maduro ou sob o sr. Chavéz, os diversos governos que o dr. Santos Silva integrou pudessem anunciar sucessivas negociatas.(...)

C de Caramba que o dr. Rio possui imensa iniciativa. Questionado sobre a Venezuela, o dr. Rio, que detesta ser questionado sobre qualquer assunto, fez o que costuma fazer: imitar o governo e decretar que “o tempo de Maduro acabou”. Não satisfeito, acrescentou ser prematuro reconhecer Juan Guaidó como presidente interino. Aparentemente, o que o dr. Rio propõe para a Venezuela é o vazio. Bate certo.

D de Diacho que a dra. Ana Gomes é mulher de convicções. Para a eurodeputada (é isso, não é?), o socialismo não falhou na Venezuela porque o regime do sr. Maduro – e, presume-se, do orangotango anterior – nunca foi socialista.(...)

E de É preciso ter lata. Para os senhores e as senhoras do BE, o “chavismo” do sr. Maduro já não presta, embora não fique claro quando é que, após anos de veneração, deixou de prestar.(...) O BE mantém ressalvas, lembrando a “pressão política instrumentalizada de fora” (leia-se Trump e Bolsonaro), e explicando que “nem Maduro, nem Guaidó” possuem “legitimidade para estar à frente da Venezuela”(...)

F de Felizmente o PCP não desilude. “O PCP condena com veemência a nova operação golpista orquestrada e comandada pelos EUA contra a Venezuela e o povo venezuelano”, reza um comunicado, sendo que “Venezuela” e “povo venezuelano”, em português, significam o conjunto de oligarcas e respectivos jagunços encarregues de ambientar os teimosos nas virtudes do leninismo. É método velho: à medida que a pedagogia vai eliminando os teimosos pela bala ou pela larica, o PCP exalta as conquistas revolucionárias e critica a América por perturbar o idílio.(...)

G de Graças a Deus pelo jornalismo de referência. Na Sic Notícias, enquanto se exibe um “twit” do imperador da Bolívia (“Nuestra solidaridad con el pueblo venezolano y el hermano @NicolasMaduro, en estas horas decisivas en que las garras del imperialismo buscan nuevamente herir de muerte la democracia y autodeterminación de los pueblos de #Sudamérica.”), um jornalista descobre, sem estranhar, que até o sr. Morales está contra o sr. Maduro. (...)

H de Hossanas ao serviço público. A RTP, que como as demais televisões ignorou, anos a fio, a triunfante marcha bolivariana para a radical penúria, informa que as ruas venezuelanas estão cheias de multidões “contra o governo e a favor do governo”(...)

I de I o que disse o prof. Marcelo? Provavelmente, que espera que tudo corra pelo melhor e que é preciso apurar responsabilidades, doa a quem doer. Falando a sério, não sei, nem quero saber, o que disse o prof. Marcelo, personalidade que enfeita “selfies” e que um dia voou para Cuba a fim de conhecer Fidel. Há limites para a paciência.

J de Juro que não imagino o que sucederá na Venezuela. Gostava que as pessoas recuperassem a exacta liberdade que o socialismo suprimiu. (...)

(Excertos do artigo de Alberto Gonçalves, hoje no OBSR)

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