No PS, não passa pela cabeça de ninguém que a disciplina fiscal que tornou o Governo uma estrela na Europa e nos mercados financeiros seja posta de lado; e a incerteza sobre o crescimento torna os cadernos de encargos dos partidos que estão dispostos a apoiar um novo governo demasiado pesados e arriscados no futuro próximo.
Pura e simplesmente, se o PS mantiver a prudência e a responsabilidade financeira dos últimos quatro anos, tem poucas condições para a “solução de estabilidade” que o Bloco admite. Ou até para negociar orçamentos caso a caso. Mas todos estes cenários se enquadram num juízo de racionalidade que contraria a experiência do passado recente.
Se houve uma solução imaginativa e surpreendente para demolir as barreiras da razão, há que a procurar na “geringonça”. Nada nos prova que essa solução não se repita numa putativa reincarnação. Se o país aguenta a repetição da dose, isso é outra coisa.
Manuel Carvalho, Editorial do Público
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