Enquanto a Década sem Nome se extingue, a Epidemia da Solidão cresce exponencialmente, os Egos Ocos substituem o Grande Mito do Individualismo, as Doenças Mentais tornam-se parte integrante de um estilo de vida e são controladas com medicação química de baixo custo e acesso rápido – a Engenharia Farmacêutica resolve o problema da Ansiedade. A Consciência da Década que passa pretende apenas escapar à prisão da realidade quotidiana, pretende tão-somente um pouco do prazer exuberante do fugitivo triunfante.
Politicamente a curva da Década está marcada pela Austeridade, pelas Migrações, pelo Populismo. Politicamente a curva da Década aponta para a apoteose de um presságio da culpa, para o apex de um sentimento de ódio sobre o próprio, na forma de um Discurso Político Anti-Ocidental.
Na Nova Década de 20, o Presente parece querer deslocar-se para o Oriente.
A variante Oriental, a visão Marxista, apresenta a potência de um vírus que se propaga a uma velocidade desumana. A China não pretende ser um Modelo Universal, não pretende apresentar um discurso evangélico comum à Humanidade, e neste particular não reproduz a mentalidade Ocidental. O Modelo Chinês não representa uma alternativa à Democracia Liberal.
A China será um Império, mas não terá qualquer missão civilizadora.
A perspetiva é sombria para a Nova Década. Será uma comédia cósmica se os smartphones e as questões de Género decorassem o declínio do Ocidente. Ninguém aplaude as mentiras e todos gostavam de estar do mesmo lado. Mas estes desejos não são deste Mundo. Entre os Espiões de Deus, a Década ainda é uma aventura política.
(excertos do texto de Carlos Marques de Almeida, 'A Década e os Espiões de Deus', ECO)
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