Portugal é latino mas tem impostos superiores aos escandinavos e não cresce de forma sustentada porque tem uma fiscalidade que asfixia o sucesso. É o Quarto de Século Socialista.
Nos últimos 25 anos da nossa democracia, o Partido Socialista esteve sempre no poder excepto em dois momentos, os períodos do pântano e da troika.
Neste Quarto de Século Socialista, comparando Rendimentos per Capita em Paridades de Poder de Compra, Portugal foi ultrapassado por Malta, República Checa, Eslovénia, Estónia, Eslováquia e até pela Lituânia. A Lituânia que em 1995 tinha um PIBpc que era apenas 40% do português, só necessitou de pouco mais de duas décadas para nos suplantar. Quando terminar esta legislatura, é muito provável que tenhamos sido ultrapassados também pela Letónia e pela Polónia.
Neste Quarto de Século Socialista, expulsámos as nossas melhores holdings para a Holanda, deixámos que os nossos fundos sejam investidos a partir do Luxemburgo e assistimos passivamente às grandes multinacionais a ignorarem sistematicamente Portugal como possibilidade para instalarem as suas sedes europeias. Neste Quarto de Século Socialista permitimos que muitos dos nossos melhores e mais promissores quadros emigrassem para qualquer lugar onde o mérito seja mais reconhecido.
Regularmente, ouvimos da parte de alguns comentadores e cronistas, defensores de uma maior intervenção do estado na economia, a afirmação de que os impostos em Portugal não são altos. Têm razão. São altíssimos. A sugestão de que outros países da Europa têm cargas fiscais maiores baseia-se num truque: comparar taxas de impostos para níveis de rendimento diferentes.
O alojamento local estava a mexer? Mais impostos. O desemprego continua a baixar? Novas leis laborais, mais restritivas. Os transportes públicos estavam em queda? Mais subsídios.
Aumentam-se impostos sobre toda a economia, e argumenta-se acaloradamente, que esses aumentos não afectam negativamente o crescimento.
Em resumo, Portugal é latino mas tem impostos superiores aos escandinavos. É pobre com impostos de rico. E não cresce de forma sustentada, entre outros motivos, porque tem uma fiscalidade que asfixia o sucesso. Temos excesso de socialismo e escassez de liberalismo. A consequência do Quarto de Século Socialista é o Portugal medíocre, estagnado, na cauda da Europa e sem futuro que as futuras gerações vão herdar.
Resta saber até quando continuaremos neste caminho.
(excertos do texto de João Caetano Dias no ECO)
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