Portugal tem neste momento um governo em descontrolo total, desorientado e que toma decisões a um ritmo diário, muitas delas contraditórias entre si. Agora é que o país precisa mesmo de um milagre.
O país está num Processo de Descontrolo Em Curso (PDEC) à vista de todos, a desf
azer-se do ponto de vista da saúde pública, da economia, da autoridade das instituições, até do regular funcionamento das instituições. E a cada dia que passa somos confrontados com medidas novas de confinamento que só podem suscitar uma pergunta — porquê só agora? — e uma conclusão: Quando faz bem, o Governo faz tarde, quando faz a tempo e horas, faz mal.
Portugal não está num impasse político, porque se estivesse, haveria uma possibilidade de saída, e não há. O país está mesmo num beco sem saída, um Presidente da República obrigado a comprometer-se e a dar cobertura ao Governo, um primeiro-ministro que tem a sua esquerda limitada pelos resultados das presidenciais e uma crise pandémica, o centro-direita sem provar ser uma alternativa consistente e efetiva. Só isto justifica o que temos assistido nos últimos meses, a sucessão de trapalhadas, casos, decisões políticas erradas, contraditórias, e um país que é notícia em todo mundo por liderar o pior dos rankings — as mortes por milhão de habitantes — sem que se vejam ou antecipem consequências políticas. Nem sequer nas sondagens (e não é crível admitir que os portugueses, a maioria, sejam masoquistas).
Querem exemplos? - ora leiam aqui.
No meio deste Processo de Descontrolo Em Curso (PDEC) e de desorientação total e sem fim à vista (com paralelo apenas naqueles loucos meses de Santana Lopes), emerge um Presidente da República reeleito e a tentar manter o regular funcionamento das instituições, e a afundar-se com o próprio Governo. Marcelo fala ao país às 20 horas e alerta que temos de estar preparados para um confinamento geral até ao fim de março, para chegarmos à primavera e ao verão em condições mínimas de estabilidade política e social. Agora, sim, só mesmo um milagre nos pode salvar (e o esforço quase sobrehumano, dos profissionais de saúde).
Quem deveria estar em confinamento, e restrito, era mesmo o Governo, porque está a contaminar toda a gente, a contaminar um país e a condená-lo à sua sorte (ou à sua morte)
(excertos do texto de António Costa, ECO)
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