A destruição do espírito da Europa aos olhos da Europa face à impotência da Europa é um acontecimento histórico degradante que envergonha a decência dos valores que suportam o Continente desde 1945. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
Estamos na Europa onde a Europa começa a mudar de nome. O espectáculo do cerco a Kiev não é uma memória do passado, mas tão-somente o retomar do curso histórico de uma certa Europa que se julgava esquecida. Neste território, a ideia da União Europeia é uma construção Ocidental para manter a Santa Rússia Imperial isolada e ameaçada. Para os europeus de Kiev, a União Europeia é o reencontro com o imaginário de uma nação independente que se sente europeia, que se deseja independente, que se sonha segura. Mas Kiev sabe que não há segurança quando a geografia nos coloca junto a um gigante insaciável nas ambições e dissimulado nas acções. A Europa que desperta em Kiev é a Europa que tem na sua natureza o vínculo da força, a legitimidade do mais forte, a violência como arma política por excelência. De certa forma, a União Europeia foi construída sobre os destroços desta Europa, mas não fala a mesma linguagem política, não entende os procedimentos políticos, falha nos corredores de Bruxelas porque não conhece a linha da frente de Kiev.
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