Passadas duas semanas de debates, há muitas palavras que ficam no ouvido: “montenegrização”, “bandalheira”, “emigração”, “racismo”, “palacetes”, “crime”, “vergonha”, “mentira”, “fascismo”, “liberdade”, etc. Mas as palavras já não querem dizer nada, temos pressa de as colar aos lábios dos outros, temos pressa de catalogar as expressões mais caricatas, de encontrar os “chavões” da campanha.
A campanha faz-se na rede social. Desde o Chega ao Bloco de Esquerda, da AD ao PS, os partidos venderam-se às palavras baratas, às palavras sem conceitos. Nesta campanha eleitoral, nas redes sociais dos respectivos partidos, já vi música pimba, já vi influencers, já vi chocolate do Dubai, já vi violência gratuita, já vi programas da tarde, já vi demasiado.
Hoje tudo se faz para ver, mesmo as palavras fazem-se para comer com os olhos. Há um vazio de ideias, um vazio de conceitos, um vazio de raízes, um vazio do passado, um vazio na política. O berço da política eram a filosofia, o direito, a relação, o povo, a cultura… Hoje a política não tem berço, perdeu-se do seu nascimento, renega o passado, não nutre o presente e não pensa o futuro (...)
Os holofotes das televisões e dos telemóveis ofuscam o que está à volta e cada um quer um holofote maior, mais luz, mais atenção, mais, mais, mais. Vejam o que eu digo, aqui, na televisão, na rede, na caixa mágica, no retângulo luminoso. Vejam, comam, cheirem estas palavras cada vez maiores, mais barulhentas e mais vazias.
Hoje tudo se faz para ver, mesmo as palavras fazem-se para comer com os olhos. Há um vazio de ideias, um vazio de conceitos, um vazio de raízes, um vazio do passado, um vazio na política. O berço da política eram a filosofia, o direito, a relação, o povo, a cultura… Hoje a política não tem berço, perdeu-se do seu nascimento, renega o passado, não nutre o presente e não pensa o futuro (...)
Os holofotes das televisões e dos telemóveis ofuscam o que está à volta e cada um quer um holofote maior, mais luz, mais atenção, mais, mais, mais. Vejam o que eu digo, aqui, na televisão, na rede, na caixa mágica, no retângulo luminoso. Vejam, comam, cheirem estas palavras cada vez maiores, mais barulhentas e mais vazias.
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