Ah, verdadeiramente a deusa! —
A que ninguém viu sem amar
E que já o coração endeusa
Só com somente a adivinhar.
Por fim magnânima aparece
Naquela perfeição que é
Uma estátua que a vida aquece
E faz da mesma vida fé.
Ah, verdadeiramente aquela
Com que no túmulo do mundo
O morto sonha, como a estrela
Que há-de surgir no céu profundo.
(Fernando Pessoa)
Poesias Inéditas (1930-1935)
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