A vinda de médicos cubanos para alguns centros de saúde do Sul do país está a provocar confusão no Alentejo. A equipa de clínicos portugueses que trabalha em Odemira diz ter sido surpreendida quando lhe foi revelada a carga horária dos cinco colegas vindos de Cuba ao abrigo de um acordo celebrado com o Estado português - 64 horas por semana.
O presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, Pedro de Vasconcelos, lamenta que a Administração Regional de Saúde do Alentejo ainda não tivesse respondido às questões que colocou sobre o enquadramento e a competência profissional dos 44 cubanos contratados para o Sul do país. Como não dispõe de dados oficiais, não subscreve as informações veiculadas. Mas, "pelo que ouvimos dizer entre colegas médicos, [a situação dos clínicos cubanos] pouco menos será que escravatura".
Do salário mensal global de mil euros, cerca de 380 euros ficam na posse dos médicos cubanos, e só 38 euros é que são enviados para as suas famílias.
Fazendo as contas com base na carga horária dos médicos cubanos face à contratação colectiva em vigor, estes deveriam receber um "salário mensal de seis mil euros", sustenta Pedro Souto. "Os médicos portugueses foram chutados do trabalho extraordinário", lamenta, exigindo à tutela contratos de trabalho "sérios" e que "não violem a lei".
Se não é exploração ... então que nome lhe dá?! Aproveitamento?
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