«Quem paga impostos, e não são poucos, não pode sentir-se totalmente desprotegido de cada vez que deflagra um incêndio. Nem em Portugal nem na Grécia.»
Rosália Amorim, DN
O que os nossos olhos viram acontecer em Atenas, desde segunda-feira, foi o terror. Entre os portugueses, de imediato se reacenderam as memórias dos grandes fogos de junho e outubro do ano passado.
Na Grécia, à hora em que esta crónica foi escrita, foram contabilizadas 74 mortes e uma centena de feridos, entre os quais 16 crianças. E há sempre várias justificações para os incêndios: os ventos fortes e com mudanças de direção constantes, as temperaturas altas e, provavelmente, o fogo posto.
Considero que há aspetos de soberania que os Estados têm de garantir, como a segurança dos cidadãos. Um Estado pode fazer muitos cortes, ativar muitos planos da troika, decidir implementar muitas cativações, mas não pode - sob pena de deixar de existir enquanto Estado - abdicar de garantir as suas funções essenciais.
O que nos pode restar, no futuro, se a política florestal não for levada a sério de uma vez por todas, se as práticas de prevenção não passarem a constar na estratégia antes das práticas de combate aos incêndios. Enfim, se tudo continuar como sempre foi?
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