sábado, 17 de julho de 2021

País Parvo ?!

À partida parece um título Parvo. Parece, mas se pensar um pouco ... Ora leia um resumo do texto que justifica ou pode justificar o respectivo título. Depois, medite e conclua .
 
Não sei se é uma crónica real se o relato de um sonho, mas o País encontra-se política e pandemicamente perdido por estas paragens. Um Presidente da República que sendo constitucionalista faz malabarismos com a Constituição. Um Primeiro-Ministro triunfal e peronista sobre as maravilhas da sua governação. Os portugueses param no corredor do supermercado e observam com indiferença os écrans leds onde estas personagens surgem como uma aparição numa série ultra fantástica assinada pela Marvel – Capitão Costa contra Marcelo Maravilha. O argumento é o de sempre e os cidadãos fartos de cenas tristes aglomeram-se junto às cores iluminadas de uma promoção ao filme das Doce.

Os portugueses não conseguem fazer testes nas farmácias, mas são obrigados a fazer os mesmos testes à entrada dos restaurantes. Bem se podia almoçar na farmácia e testar no restaurante, o absurdo seria assim bem mais normal.

Um amigo informa-me que existe um mercado paralelo de testes à disposição do cidadão menos cumpridor. O próprio diz ter em sua posse um teste certificado que já viajou por metade da Europa, um teste cosmopolita que incorpora tecnologia inglesa, diligências de uma rede de tráfico e certificação com o selo da toda-poderosa Alemanha. Recusando mostrar-me o passaporte para a normalidade
 
O Presidente comporta-se como o Comentador de Belém, fazendo juízos rápidos e absurdos sobre assuntos sérios e constitucionais. Sobre a inconstitucionalidade dos “apoios sociais”, perde no tabuleiro da Constituição e ganha no xadrez da política. Enquanto ganha quando perde, afirma que os portugueses já receberam os respectivos apoios e que estes não vão ter de ser devolvidos. Vitória.

Agora surge também um grupo de “libertários da poltrona” que afirmam que a sociedade deve regressar à “normalidade”, pois morre mais gente todos os dias de patologias clássicas do que por infecções covid. Aliás, não sendo a raça humana divina e eterna, claro que morre gente todos os dias como tem sido sempre em todos os séculos. Mas façam a experiência biológica de dar liberdade ao covid para amar e se multiplicar em variantes e mutações e logo verão as manifestações de uma experiência social perigosa, irresponsável, delirante.

Com ou sem “dia da libertação” marcado para o 5 de Outubro, os jovens desdenham da vacina, fazem festas engarrafadas no jardim, desprezam a etiqueta respiratória, ignoram a distância social e celebram cada dia como se fosse o último. O Governo reconhece que sem jovens não há imunidade de grupo, logo surge a ideia de abrir as discotecas e os bares para delírio de todos os sentidos. 

(Texto completo de Carlos Marques de Almeida, ECO)

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