sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Poesia



Podem zombar de nós aqueles que não gritam
nem choram nem imploram à vida a fé que já perderam.
Podem inventar teorias sobre a sorte
e rezar a um deus qualquer como autómatos
da fria engrenagem deste tempo.
Podem ostentar nos dedos os anéis da indiferênça
e usar em pleno peito os adereços inúteis da bondade.
Podem zombar de nós.
Trazemos a transgressão perto do sangue e um vendaval
na voz a bradar o sonho desmedido dos poetas.

Graça Pires

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