Oh doce luz! oh lua!
Que luz suave a tua,
E como se insinua
Em alma que flutua
De engano em desengano!
Oh criação sublime!
A tua luz reprime
As tentações do crime,
E á dor que nos oprime
Abres-lhe um oceano!
É esse céu um lago,
E tu, reflexo vago
D'um sol, como o que eu trago
No seio, onde o afago,
No seio, onde o aperto?
Oh luz orfã do dia!
Que mística harmonia
Há n'essa luz tão fria,
E a sombra que me guia
N'este areal deserto!
João de Deus
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