domingo, 22 de janeiro de 2012

Os Cognomes Do Presidente


Maria de Belém : "O Professor"

Surgiu-me este cognome também porque entre nós, é corrente o aforismo "falar  de cátedra" para alguém que considera ser detentor da razão ou que não admite réplica. Isto acompanhado por um estilo muito afirmativo e parco em palavras.



Manuela Ferreira Leite: "O Estadista"
Em resumo: nunca troca uma posição isenta por outra mais popular, nem o que julga ser o interesse nacional por qualquer outro.[ups!]


José Gil : " O Presidente"
De essência "providencial", eterno, é o presidente desde que nasceu e sê-lo-á até à morte. Presidente monumento (...). Cautelosamente mas firmemente obcecado com impurezas que possam vir a erodir a Estátua-imagem-pura do Estadista-acima-do-tempo, isso paradoxalmente, torna-o mais vulnerável ao tempo.
É impossível presumir com que imagem Cavaco Silva "ficará na História" (expressão absurda). Porque esta imagem - por mais que se queira não ser a do presente projectada em todos os futuros, quer dizer, no mito - é facilmente virada do avesso por qualquer abanão ou tropeção da história. Assim não se pode atribuir um cognome, nem sequer o de "Escondido" ou " o Sem-Cognome". Tem o cognome escondido, para uma epifania no fim dos tempos.

Jaime Nogueira Pinto: "O Prudente"
Nas funções, procurou equilibrar a reserva e o low profile, que a Constituição impõe ao "Presidente de todos os Portugueses", com o dever de alertar, moderar e denunciar quando o bem público a tal obriga. Hoje não será bem assim.



Octávio Teixeira : "O Incoerente"
A incoerência entre o discurso e a acção é uma das principais características de Cavaco Silva na sua já longa vida política-



Este é o meu olhar sobre o que julguei ser mais relevante na justificação da atribuição de um cognome para o Presidente da República,das seis figuras públicas entrevistadas pelo Público. Gostei especialmente do que escreve José Gil (vale a pena ler tudo no Público de hoje)

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