"Justiça e perdão são frequentemente considerados como opostos, mas descobrimos que as vítimas que punem o
seu agressor são mais capazes de perdoar e seguir em frente," diz o Dr. Strelan.
Mas será que isso pode ser chamado de perdão? Não seria mais semelhante ao seu oposto, a vingança?
"A punição pode assumir muitas formas diferentes. Pode-se dar a alguém o 'tratamento silencioso', o que em si mesmo é um castigo psicológico muito poderoso. Ou, no caso de um agressor criminoso, saber que um tribunal impôs uma sentença razoável e que a justiça está sendo feita pode ser o suficiente para algumas pessoas perdoarem."
"Quando você é ferido por alguém, você naturalmente sente-se vulnerável, e a simples ideia de perdoar esse alguém também faz a vítima sentir-se vulnerável. Quando alguma forma de punição está envolvida, a vítima sente-se fortificada pela punição e é mais capaz de perdoar," analisa o investigador.
Ele reconhece que a punição não deve ser extrema ou vingativa, porque isso não iria ajudar a reparar os danos no caso de um relacionamento, podendo até mesmo piorar as coisas.
"Para o perdão realmente funcionar, deve haver um sentimento de que as respostas negativas para com um transgressor estão sendo substituídas por pensamentos positivos. Não se trata de retaliação, trata-se de responder de forma construtiva e fazer algo sobre o mau comportamento das pessoas em relação a você, de uma forma que funcione para ambas as partes envolvidas no conflito," diz ele.
Segundo o dicionário,perdão é a renúncia às consequências punitivas que seriam justificáveis em face de uma acção de transgressão em qualquer nível.
O perdão é concedido sem qualquer expectativa de compensação e pressupõe a eliminação de qualquer exigência de pena ou castigo.
Talvez o Dr. Strelan pudesse então referir-se a uma forma intermédia de sentimento, eventualmente uma compreensão do erro do outro em face de ele ou ela ter arcado com as consequências.
Outros estudos já demonstraram que não é necessário haver punição, bastando haver um arrependimento verdadeiro por parte do "infractor" para que o perdão seja concedido e a confiança restaurada.
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