sábado, 15 de outubro de 2016

Este Governo Não Tem Tempo Para Governar O País Porque Gasta O Tempo Que Tem A Governar-se A Si Próprio .Portugal É Apenas O Cenário Para Os Seus Arriscados Equilibrismos




(...) Menos uma governação do que um número de funambulismo, com António Costa permanentemente em cima do arame.

De um lado o Bloco de Esquerda e do outro o PCP. De um lado as regras europeias e do outro o discurso do fim da austeridade. De um lado a dura realidade hayekiana e do outro os doces sonhos keynesianos. De um lado as agências de rating e do outro a cartilha anticapitalista. Como é que se compatibiliza tudo isto? Só com muito tempo e uma dose cavalar de simulações, distorções e cara de pau.

Na sexta-feira, estava a ver o debate parlamentar que antecedeu a entrega do Orçamento e Pedro Passos Coelho perguntou a António Costa pelo crescimento. Onde é que ele está, o tão anunciado, desejado e prometido crescimento, através do qual seria virada a “página da austeridade”? Não está, claro. E não estando, a consequência deveria ser óbvia: se a receita que o governo aplicou em 2016 não produziu crescimento, como é possível acreditar que a aplicação da mesma receita vai produzir crescimento em 2017? Pedro Passos Coelho repetiu três vezes a pergunta e apenas recebeu de António Costa tergiversações, manipulações de números e mentiras descaradas, que encaixam na perfeição naquilo que hoje em dia se começa a chamar, muito à boleia de Donald Trump, de “política da pós-verdade” – já não há factos mas apenas interpretações, uma bonita frase nietzschiana que é a morte de qualquer base de entendimento para o debate político.(...) (continuar a ler)


Somos um país parado à beira do caminho. Um país mais uma vez adiado, graças a um conjunto de acordos assinados por um homem que atou voluntariamente os seus pés e as suas mãos para ser primeiro-ministro. António Costa é um político altamente capacitado, só que todo o virtuosismo foi colocado ao serviço da sua mera sobrevivência. É um virtuosismo muito útil para si. Mas absolutamente inútil para o país.

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