Os Estados Unidos lançaram esta madrugada (hora de Lisboa) um ataque com mísseis à Síria, visando alvos militares do regime de Bashar al-Assad, do qual terão resultado, pelo menos, quatro mortos. Segundo o Exército sírio terão sido seis as vítimas mortais.
Segundo o Pentágono, foram lançados pelo menos 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk de navios de guerra no Mediterrâneo, visando a base aérea al-Shayrat, na província de Homs, de onde se pensa ter partido o ataque do início da semana com armas químicas. Nesse ataque, mais de 70 pessoas morreram, muitas delas crianças.
Líderes mundiais já manifestaram publicamente o seu apoio ou contestação ao ataque ordenado pelo presidente norte-americano contra a Síria.
A favor da acção dos EUA…
- Reino Unido. Uma porta-voz de Theresa May disse que “o Governo do Reino Unido apoia totalmente o gesto dos EUA”. No comunicado, disse também que a base aérea atacada pelos EUA foi “usada para lançar os ataques químicos” do início desta semana.
- Austrália. O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, disse esta sexta-feira que “o Governo australiano apoia fortemente a resposta rápida e justa dos EUA”. Acrescentou ainda que “esta resposta foi calibrada, proporcional e dirigida” e que representa “uma mensagem para o regime de Assad”.
- Israel. “Israel espera que esta medida face às ações terríveis do regime de Assad seja compreendida não só em Damasco, mas também em Teerão, Pyongyang e outros sítios”, escreveu a conta oficial do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
- Arábia Saudita. Em comunicado na agência estatal SPA, lia-se: “Uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros expressou o total apoio do reino da Arábia Saudita às operações militares americanas contra alvos na Síria, que surge como resposta ao uso de armas químicas do regime sírio contra inocentes civis”.
- Turquia. Da parte de Ancara, reagiuo vice-primeiro-ministro Numan Kurtulmuş. “Como o nosso Presidente deixou claro, nós não queremos ouvir palavras, queremos ver ações. Neste aspeto, o ataque dos EUA na base militar é importante e significativo”, disse. Ainda assim, apelou a uma condenação mais vasta de Bachar al-Assad. “A comunidade internacional devia claramente continuar esta postura contra tamanha barbárie do regime de al-Assad até ele ser impedido de atingir o seu próprio povo”, disse o vice-primeiro-ministro da Turquia, que participa no esforço militar dos rebeldes sírios.
- Japão. “Compreendemos que a ação tomada pelos EUA para prevenir que a situação na Síria piorasse”, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, à agência Kyodo. “O Japão vai coordenar-se com os EUA e o resto da comunidade internacional e vai desempenhar o seu papel para a paz e estabilidade mundiais.”
- Rússia. Através de um porta-voz, o Presidente russo disse que os EUA cometeram “uma violação da lei internacional sob um falso pretexto”, negando que o ataque químico tivesse sido da responsabilidade da Síria. “Este ato deixa danos significativos aos laços entre os EUA e a Rússia, que já estavam num estado deplorável”, acrescentou. A Rússia mantém neste momento uma aliança militar com o regime sírio.
- Irão. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, que está militarmente aliado com a Síria e a Rússia, classificou o gesto dos EUA como “uma ação unilateral é perigosa, destrutiva e viola os princípios da lei internacional”. O mesmo responsável diz que os EUA ajudaram a “fortalecer os terroristas” e que ajudaram a “complicar ainda mais a situação da Síria e da região”.
- China. O jornal estatal China’s Global Times escreveu que o Presidente dos EUA quis com este ataque “marcar a sua autoridade” e disse que a “pressa e inconsistência” deste gesto deixou “uma marca profunda”.
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