Todas as semanas os jornais e as televisões enchem-se com casos de justiça. É um dos campos mais férteis.
Além dos crimes de sangue e sexo, o que atrai multidões é o crime económico, a corrupção dos políticos e a
fraude dos banqueiros. Resume-se em poucas linhas o que se diz da justiça no nosso país. O país é pobre. Os
portugueses invejosos. O povo inculto. Os ricos poderosos. Os políticos desavergonhados. Os juízes incompeten
tes. As polícias corruptas.justiça burocrática. O Ministério Público prepotente. Os advogados gananciosos. E os
jornalistas safados. Nos estudos de opinião, os magistrados e os tribunais aparecem hoje quase sempre em último
lugar nas preferências dos cidadãos. Depois dos políticos e dos deputados! Depois dos ricos e dos empresários!
Depois dos advogados e dos jornalistas! Quase todos os processos relativos a fortunas, bancos, corrupção, fraude
fiscal e branqueamento de capitais demoram, duram, atrasam-se e arrastam-se penosamente, para alegria de todos
quantos se entusiasmam com as fugas de informação e as violações de segredo de justiça.
Vivemos tempos confrangedores.
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