Elá veio a sondagem: diz o ‘Expresso’ que, depois de Pedrógão e Tancos, os portugueses continuam com Costa. O PS sobe. A ‘direita’ desce. Pressinto incredulidade por aí. Não se justifica. Partindo do pressuposto, nem sempre pacífico, de que a sondagem é para levar a sério, ela só comprova a cultura política reinante em Portugal. Uma cultura onde a qualidade de um governo é aferida pelo bolso de cada um. Quando o bolso está mais cheio, Portugal pode arder – literal e metaforicamente – à vontade.
Que se lixe o estado do Estado. O que interessa é o estado do nosso quintal. Alguns lamentam o cenário. É preferível compreendê-lo: uma cultura de pobreza, sem uma verdadeira sociedade civil independente, só podia produzir uma massa interesseira e manhosa. Esperar exigência deste rebanho, e responsabilidade dos seus pastores, é como acreditar nas 72 virgens paradisíacas.
Uma missão suicida.
Fonte: João Pereira Coutinho, CM
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