quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A Pálida Luz Da Manhã De Inverno

A pálida luz da manhã de Inverno,
     O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
        Ao meu coração.
        O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
        Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
        Para o meu esperar.
        O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

Fernando Pessoa

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