Foi justamente a despedida, “grata e reconhecida, da minha gente de Leiria”, que levou Teresa Morais a considerar nesta segunda-feira que “era chegado o momento de uma clarificação”, assumida pela deputada. “O Dr. Rui Rio e eu estamos, finalmente, em sintonia em alguma coisa: ele não conta comigo e eu não conto, seguramente, com ele. Fica assim claro que eu, com toda a serenidade, me retirarei da linha da frente do partido com uma coincidência assinalável de pontos de vista”, escreveu no Facebook.
Teresa Morais acusa Rui Rio de rejeitar “o contributo dos ditos ‘passistas’, como rejeitou desde sempre o legado de Pedro Passos Coelho, acrescentando que não se consegue rever no “partido mediano e ideologicamente puro, onde só cabem amigos e acólitos subservientes”.
Cabeça de lista da coligação Portugal à Frente pelo círculo de Leiria nas legislativas de 2015, à frente da atual presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, Teresa Morais também foi deputada na IX e XI legislaturas. Chegou a ser vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e, já durante a liderança de Passos Coelho, vice-presidente da Comissão Política Nacional. (Fonte JE)
Além de Teresa Morais, também este sábado o atual deputado António Leitão Amaro (que é vice-presidente da bancada parlamentar e, como tal, considerado alinhado com a atua direção), anunciou que não será candidato a deputado na próxima legislatura, tendo já informado Rui Rio dessa decisão. “Agora é o momento de o tornar público, quando estamos em pleno processo de elaboração de listas”, disse, citado pela agência Lusa, garantindo que a decisão em nada tem a ver com a atual direção do PSD ou com o ciclo eleitoral do partido. É antes, disse, uma decisão relacionada com a “gestão de percurso de vida”, dizendo que não se trata de um afastamento da vida política porque “não é só no Parlamento que se faz política”.
Outros nomes, como Manuel Frexes, que era líder da distrital de Castelo Branco, Paula Teixeira da Cruz ou Maurício Marques, então líder da distrital de Coimbra, também já anunciaram que não serão candidatos na próxima legislatura. Mas há outro leque de atuais deputados, escolhidos no tempo de Passos Coelho e que não alinham com a estratégia de Rui Rio, que preferem “esperar para ver” em vez de saltarem fora antes de serem corridos. Ao que o Observador apurou, nomes como Hugo Soares, Miguel Morgado, Carlos Abreu Amorim, Nuno Serra, Amadeu Albergaria ou Duarte Marques não vão fazer como Teresa Morais, embora seja pouco provável que entrem nas listas. O mesmo já não deve acontecer com Pedro Alves, por exemplo, que lidera a distrital de Viseu e que, como tal, embora tenha saído de costas voltadas com Rui Rio depois de o ter apoiado nas diretas e não ter sido incluído nos órgãos, não deve ser excluído na próxima legislatura. (Fonte: OBSR)
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