A situação ainda se pode complicar na próxima semana, mas, para já, os socialistas arranjaram mais combustível para singrar numa estrada desimpedida que deverá levar a uma robusta vitória em Outubro.
O sindicato ajudou ao clima com um porta-voz que se mostrou tenaz, mas que, entretanto, deixou criar a ideia de que tem ambições para lá da luta sindical e que, ao sair da mesa das negociações muito antes da data da greve, revelou pouca vontade de procurar o consenso até à última oportunidade.
E se Costa precisava de mais ajuda ela veio dos diferentes partidos políticos. À esquerda, o PCP ainda exibiu os seus pergaminhos sindicais, mas sem grande agrado por um sindicato que escapa à sua lógica, enquanto o Bloco tardou em aparecer, para vir contemporizar. A direita primou pela ausência, com o principal partido, o PSD, a achar que o Governo está a agir bem e a aconselhar “recato”, e o CDS a mostrar-se disponível até para alterar a lei da greve.
Ajudado também por um Presidente que, alinhando com o sentimento nacional, até já atestou o depósito, Costa mostra que em ano de eleições não há férias para o Governo e que um bom político não perde uma oportunidade para se aliar ao povo. A situação ainda se pode complicar na próxima semana, mas, para já, os socialistas arranjaram mais combustível para singrar numa estrada desimpedida que deverá levar a uma robusta vitória em Outubro.
David Pontes, Público
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