Passaram já quase dez anos sobre aquela pantanosa frase que ficou para a história. O seu autor rumou para longe e desempenha hoje importantes funções internacionais. O pântano, esse, ficou. Igual ao que era? Julgo que não. As águas estagnadas foram-se progressivamente evaporando, dando lugar a um enorme buraco que, ano após ano, vai mostrando a aridez do terreno antes alagado.
Se os números são maus, pior é a sua evolução ao longo dos muitos últimos anos. A crise internacional lá terá a sua quota-parte de responsabilidade. Mas não querer ver a natureza estrutural do problema que o nosso país enfrenta há demasiados anos - e, sobretudo, a total incapacidade das soluções adoptadas para o resolver - é a pior forma de cegueira que podemos revelar.
Fonte:Luís Pais Antunes,JN
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