Tu és, ó Paciência, um sofrimento
Voluntário, fiel, bem ordenado,
Da conhecida sem razão tirado,
De um constante varão nobre ornamento.
Tu, recolhendo n'alma o pensamento,
Suportas com valor o Tempo irado.
Tu sustentas, com ânimo esforçado,
Todo o peso do mal, no bem atento.
Magnânima tu és, tu és Constância,
Cedro que não derruba a tempestade,
Rocha, onde a fúria quebra o mar com ânsia.
Tu triunfas da mesma Adversidade.
Subjugando as paixões co'a Tolerância,
Tu vences os ardis da vil Maldade.
Francisco Joaquim Bingre
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